segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Pequeno

          Eu, que sempre acabo nessas furadas, Marcos, e a noiva de Marcos, fomos à cidade comprar trecos para o bebê, discutindo pelo caminho que nome se daria ao pequeno.
     — Bem que podia se chamar “Pequeno”. — Pensei alto o bastante pra que Luci refutasse.
     — Pequeno?! Mas o menino vai crescer logo!
     — Quando ficar grande, mudamos o nome — intercedeu Marcos.
     — O nome dele é Felipe. — decretou a dona do Marcos e do bebê, mas eu não desisti:
     — Mesmo assim vou chamar de pequeno.
     Marcos estava comigo, e apesar de bem decidida, Luci não pôde ganhar a discussão; éramos maioria.
     — Vocês se merecem. — completou a magra com um riso tranquilo.
     Comemoramos a vitória com um aperto de mão secreto, tão secreto que nem sabíamos, inventamos tudo na hora. Uma coisa era certa: “O nome dele é Felipe”.
     Achei que fosse o momento ideal para felicitar meu amigo por tudo quanto lhe sucedera, e pedi que contasse comigo nas horas felizes e nos dias de cão. Assim me despedi do meu casal predileto.
     — Por que não vem com a gente? Nós vamos...
     — Não. Obrigado! Preciso terminar um capítulo.

     Em vinte minutos eu estava em casa. Um dia quero ser a família de alguém, mas por enquanto eu como pipoca e seguro vela para o mundo inteiro. 

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