Frequentávamos o Parque da Jaqueira,
lá eu aprendi a andar de bicicleta. Ainda me lembro do primeiro tombo. Foi
tentando dar a volta que me estatelei no chão. Eu tinha sete anos de idade e
retroceder já era bem arriscado.
Gostava daquele lugar. Especialmente se me deixavam ficar no parquinho.
Minha mãe conversando com as outras mães sobre assuntos de mãe, e eu no
parquinho. Também gostava das outras mães; elas impediam que nós voltássemos para
casa cedo. Dava tempo de andar de bicicleta e brincar no parquinho.
Eu amava minha bicicleta; mas
não sabia fazer a volta. Pedalei tão rápido, certa vez, que devo ter corrido o
parque inteiro sem minha mãe perceber. Descobri naquele dia que o meu parquinho
não era único. Havia tantos outros ali perto: O dos nanicos, onde balanço era baixo
e o escorrego não tinha graça; o dos grandes que eram pouco maiores do que eu; o
dos grandes de verdade; o dos maiores, nesse eu só poderia brincar quando crescesse.
Desde
então, eu esperava ficar grande para brincar com os grandes no parquinho maior.
Aqueles sim eram brinquedos de verdade. Mas o meu interesse por gangorras, escorregos
e balanços, não durou tanto tempo assim.
Estou crescendo. Ainda cortamos caminho
pelo Parque da Jaqueira. Eu tenho uma nova bicicleta que se parece muito com a antiga
e, é como se a bicicleta tivesse crescido também.
Gosto de sair com a minha mãe. Não tenho absolutamente nada contra
parquinhos ou coisas do gênero; ela também não.
— Bhrbrhl! Cadê o cavalinho?
— Mãe, ele não vai te responder.
Às vezes parece que nós dois trocamos de lugar. Eu até emprestaria a
bicicleta para ela descobrir o Parque, mas tenho ciúme. Logo agora que aprendi
a dar a volta?!
Dedicado a Bruna Carneiro.
Dedicado a Bruna Carneiro.
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