Um pouco mais de uísque, quem sabe, um pouco mais de tempo,
e ficaríamos bem. Sempre nos precipitamos.
— Adeus. — disse ela, me entregando as chaves.
Estendi-lhe os braços.
— Mas, querida...
— Acabou! — reclamou histérica.
Dei de ombros me sentindo um grandessíssimo idiota e chorei de rir perante
tamanha desgraça que me pareceu, naquela hora, inconcebível.
— Você que sabe. — resmunguei com pouca entonação.
Virou as costas, baixei a vista; mas eu ainda pude ouvi-la chorar,
prender o choro, bater a porta, descer a escada... Estou acabado, pensei. Agora
sim estou acabado.
Peguei meu copo, ainda quase cheio, e encostei-me à janela
a tempo de vê-la dobrar a esquina. Pensei em gritar seu nome, só pensei, em ir
atrás dela, mas não o fiz. Fiquei parado como um débil. Foi quando me tornei infeliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário