Eu, que sempre acabo nessas furadas, Marcos, e a noiva de Marcos, fomos à cidade comprar trecos para o bebê, discutindo
pelo caminho que nome se daria ao pequeno.
— Bem que podia se chamar “Pequeno”. — Pensei alto o bastante pra que Luci
refutasse.
— Pequeno?! Mas o menino vai crescer logo!
— Quando ficar grande, mudamos o
nome — intercedeu Marcos.
— O nome dele é Felipe. — decretou
a dona do Marcos e do bebê, mas eu não desisti:
— Mesmo assim vou chamar de pequeno.
Marcos estava comigo, e apesar de bem decidida, Luci não pôde ganhar a discussão; éramos maioria.
— Vocês se merecem. — completou a magra com um riso tranquilo.
Comemoramos a vitória com um aperto de mão secreto, tão secreto que nem
sabíamos, inventamos tudo na hora. Uma coisa era certa: “O nome dele é Felipe”.
Achei que fosse o momento ideal para felicitar meu amigo por tudo quanto
lhe sucedera, e pedi que contasse comigo nas horas felizes e nos dias de cão. Assim
me despedi do meu casal predileto.
— Por que não vem com a gente? Nós vamos...
— Não. Obrigado! Preciso terminar um capítulo.
Em vinte minutos eu estava em casa. Um dia quero ser a família de alguém,
mas por enquanto eu como pipoca e seguro vela para o mundo inteiro.